15 de janeiro de 2019

Resenha: Leah fora de sintonia

ALBERTALLI, Becky. Leah fora de sintonia, 2018.
Por: Deborah Almeida

Leio na Rede, Gaby Monteiro
FOTO: Deborah Almeida


Após o sucesso de vendas do best-seller Com amor, Simon, Becky Albertalli veio com Leah fora de sintonia, dando uma sequência da história. Apesar de não ter o mesmo contexto do livro anterior, a narrativa serve como uma continuação, pois passa cerca de um ano após o início do romance de Simon e ambos os livros acontecem no mesmo universo.
Leah Burke, a melhor amiga de Simon, é a protagonista da vez. O grupo de amigos agora está prestes a formar no Ensino Médio e passando por aquele complicado momento de escolher qual universidade irá.
Apesar da revelação de Simon ser gay e estar namorando com Bram (Blue), Leah não teve coragem de contar aos amigos que é bissexual. Ela é uma garota muito reservada, de poucas palavras e que não expressa muito seus sentimentos. A personagem chega a ser um tanto quanto cansativa, pois sempre tem alguma crítica a fazer ou age de maneira cética, como se precisasse provar-se durona o tempo todo.
A questão de sua sexualidade fica mais complicada de guardar segredo quando começa a ter sentimentos por Abby - que também é namorada de Nick, um de seus melhores amigos. A situação fica bem complicada para Leah pois começa a pensar na possibilidade de Abby estar flertando com ela e que, para piorar, irão para a mesma universidade.
O livro tem uma abordagem bem interessante de temas sociais. Leah é uma garota bissexual e gorda, e vai quebrando alguns estereótipos ao longo da narrativa. Essa segunda característica da personagem bagunçou um pouco minha ideia de Leah baseada na Katherine Langford, que interpretou a menina em Com amor, Simon. Contudo, serviu como uma boa reflexão sobre representar os personagens como pessoas magras, certo? A obra também tem algumas mensagens sobre o racismo, uma vez que Abby é negra. No quesito de dar visibilidade aos grupos de menor representatividade, Becky está de parabéns!
Devo dizer que Leah é uma personagem difícil de lidar e decifrar. Precisei de entrar bastante na história e na mente dela para conseguir amá-la e entender a situação toda. Isso deixou o livro mais lento do que eu gostaria, e a emoção foi deixada bem para o final. Como a história de Simon me prendeu muito do início ao fim, eu comecei este com a mesma expectativa. Apesar disso, a escrita de Becky é muito boa de ler e a narrativa desliga você totalmente do restante do mundo.

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