20 de outubro de 2014

Resenha: Fala Sério, Mãe!

Rebouças, Thalita. Fala Sério, Mãe!; 2012.
Leio na Rede, Gaby Monteiro
Capa antiga e capa nova

O livro conta a história de Angela Cristina e Maria de Lourdes, mãe e filha. A obra é uma coletânea de crônicas bem-humoradas do cotidiano dessas duas personagens. A primeira metade do livro é narrada pela mãe e a segunda pela filha. Fica claro como uma personagem enxerga a outra, e através das passagens do livro percebemos que existem certas frases e atitudes que toda mãe e toda filha repetem.

“ - Fui eu, mãe. Eu que beijei.
Hããããããã!? Muita calma nessa hora! Tentei agir naturalmente.
- Você? Olha só filha… você beijou… que bom… - reagi sem um pingo de animação com o assunto, admito.
- Só isso? Não quer saber como foi? Com quem foi? Achei que você ia morrer de curiosidade.”

As crônicas que mais gostei foram Futebol, na qual percebemos como é chato para os homens assistirem à jogos com as mulheres que não calam a boca. Primeiro beijo e Primeira Vez, nos quais percebemos como é desconfortável a posição da mãe, enquanto a filha está a vontade para detalhar suas experiências. Supermercado, Viagem no Busão, Disney, Arrumar Quarto, Carteira de Motorista, nestes capítulos rimos da relação mãe/filha que discutem por coisas bobas, mas que se apoiam e se amam. E Jantando com a avó, o capítulo que revela aquela casa de Vó cheia de comida e comentários desnecessários para o namorado da Malu.

“ - Foi molhado. Mas ai, mãe, muito, muuuuito molhado.
Ui! E eu tendo de reagir naturalmente.
- Molhado? Veja você, não me diga…
- Digo. Foi bem gostoso, mas também foi, assim, meio nojentinho, sabe? Muito estranho ter a língua de outra pessoa no meio da boca.
- Menos detalhes, Maria De Lourdes! Não precisa contar cada segundo desse beijo, ande logo, encurte essa história!
- O primeiro foi uma baba só - continuou para meu total desespero.”

Fala Sério, Mãe! é o tipo de livro que te faz gargalhar e, ao mesmo, refletir sobre como são as relações familiares e como alguns clichês estão presentes em todos os lares. Adorei este livro da série e pretendo ler outro em um futuro próximo.

" - O time tá jogando aberto. Assim não dá! - reclamou minha mãe.
- Pior é a gente que está jogando lá atrás. Sai daí, menino, chuta essa bola para frente! Para a frente! - opinei, esbanjando conhecimento futebolístico.
- Eeeca! Por que é que todo jogador de futebol vive cuspindo? E por que mostram a cusparada sempre em close? - descontraiu Malena, minha irmã caçula, seis anos mais nova que eu.
- Cala a boca, mulherada! Tem gente paga para comentar a partida. Vamos ouvir o que eles estão dizendo - implorou meu pai, nervoso, olhos fixos na tela.”

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