Resenha: O Garoto Quase Atropelado

Grossos, Vinícius. O Garoto Quase Atropelado, 2015.

O livro do jovem escritor carioca narra a história do Garoto quase atropelado. Sim, o personagem não tem nome, somente esse carinhoso apelido. Já nas primeiras páginas o autor explica que essa história poderia ter acontecido com alguém que você conheça e por isso, não nos limitemos aos nomes…

O garoto quase atropelado é um menino de 17 anos que sofreu um trauma em relação a seu melhor amigo Thiago. Durante o desenrolar da história, que é narrada através do diário desse garoto, entendemos melhor o que aconteceu com esses amigos, assim como entendemos o garoto quase atropelado e seus novos amigos que são também um foco da história.

Foto: Thiago Monteiro

Laís, a menina do cabelo de raposa, quase atropela o Garoto um dia nas ruas de seu condomínio e é aí que tudo começa. Depois, em encontros casuais, o Garoto se depara novamente com Laís e seus dois amigos, o James Dean não tão bonito (Acácio) e a menina do cabelo roxo (Natália). o Garoto conhece e se aproxima do trio de amigos, formando um quarteto, ou melhor, um triângulo com um pontinho no meio, o que une todos.

O Garoto, enquanto tenta resolver seus problemas, conhece os problemas dos novos amigos e tenta ajudá-los. O leitor acompanha tudo e é impossível não se animar, emocionar, suspirar e sentir raiva junto dele. As situações narradas nesse livro ficcional, são reias, bem reais, por mais triste que isso seja.

Foto: Thiago Monteiro

A equipe da Faro Editorial está mais uma vez de parabéns, pois a diagramação do livro é impecável. Com páginas amareladas, o livro conta com ilustrações internas e pequenos detalhes perto de cada início de capítulo. A capa ficou uma gracinha e o interior da capa também é todo ilustrado. Outro mimo é o marcador artesanal feito com elástico e bordado com uma bicicleta, deixando o ato de ler ainda mais especial.

Nesse livro, Vinícius, o Garoto, a cabelo de raposa, o James Dean não tão bonito e a menina do cabelo roxo nos convidam a reflexão. Reflexão sobre a vida, sobre nossas atitudes, nossos preconceitos, nossos valores, nossas escolhas, nossos amigos… E ao fechar o livro, me senti amiga de todos esses personagens, chorei com eles, sorri com eles, viajei com eles. E por mais raiva que eu tenha sentido e vontade de xingar o Vinícius enquanto eu lia, o livro tem o final perfeito, o final real. A mensagem que essa história me trouxe foi de reflexão, mas mais do que isso, de compartilhar momentos, não tentar fazer com que o outro seja igual a você, de respeitar. 

Foto: Thiago Monteiro

Outro detalhe que deixa a história mais especial é a última página. Ela foi feita para ser destacada e queimada, para ter o fim digno. Ainda não tive a coragem de queimar a minha, mais provável que eu faça uma cópia e a queime, mas quando o fizer, mostro para vocês. Eu devo isso para o livro, devo isso para minha amizade com os personagens.

Eu fui atropelada pelo livro, por sua história e personagens e agora convido vocês para serem atropelados também. Garanto que não se arrependerão!

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