5 de fevereiro de 2015

Entrevista: Augusto Alvarenga

A entrevista de hoje é com Augusto Alvarenga autor do livro Um Amor, Um Café e Nova York.

Leio na Rede, Gaby Monteiro
Foto: Augusto
Leio na Rede: Quando você decidiu que queria escrever um livro?

Augusto: Eu nunca tive muito a ideia de escrever um livro. Eu sempre escrevia crônicas, e um dia um amigo que também escreve me pediu para fazer um conto. Eu fiz esse conto, e ele gostou, junto com alguns amigos meus que também leram. Eles pediram mais, e aí eu fui fazendo a continuação daquele conto que eu percebi que podia virar um livro. Depois eu juntei tudo e eu tinha o livo (Um Amor, Um Café e Nova York).

Leio na Rede: Como a história de Um Amor, Um Café e Nova York surgiu?

Augusto: A ideia surgiu com o desafio de fazer um conto (como eu disse na pergunta anterior). Esse conto era sobre uma menina que estava entediada e recebia uma ligação do namorado dos “sonhos”, dizendo que tinha uma surpresa. Ele vai até a casa dela com esse suspense, e esse se tornou o primeiro capitulo. Percebi que era possível fazer mais “contos” a partir desse, e aí fui formando a história toda. A história é sobre sonhos, a realização deles e também sobre escolhas, então há muito de mim no livro, muitos sonhos e coisas que eu gostaria de viver.

Leio na Rede: Como foi o processo de buscar uma editora?

Augusto: O processo de encontrar uma editora é sempre meio complicado. Eu havia mandado o livro para três editoras “grandes” em 2013 (sendo que escrevi o livro em 2011), e até hoje eu não obtive resposta de nenhuma delas. Fiquei desacreditado por isso, e deixei meu livro abandonado na estante por quase um ano. Eu tinha um exemplar do livro feito, que foi meu trabalho de conclusão de um curso técnico que eu fiz de Comunicação Visual (Design Gráfico), e um dia uma amiga me pediu para ler. Eu deixei, e dois dias depois ela me mandou uma mensagem dizendo que tinha amado a história e que eu não podia desistir dela: eu precisava publicar.
 Aí, começei a procurar editoras pagas (daquelas que cobram pra “fabricar” seu livro), e todas eram muito caras. Eu juntei com essa amiga (que entraria financeiramente no projeto) e mais uma (que ficaria responsável por acrescentar artes no livro) e estávamos realmente dispostos a fazer uma tiragem de 200 exemplares e correr para vender. No entanto, um dia fui ao shopping e vi na vitrine o livro de (até então) uma conhecida minha, que era também da minha cidade e um ano mais nova que eu. Peguei o livro e gostei do material e do trabalho da editora, pensando que se eu fosse pagar pela publicação, eu queria um trabalho bem feito.
 Entrei em contato com essa editora em agosto de 2014 e mandei um e-mail perguntando quanto eles cobrariam pela publicação. Eles responderam quase imediatamente dizendo que se gostassem do meu livro, iriam “custeá-lo”. Gostaram, e em outubro meu livro saiu.

Leio na Rede: Qual seu processo de escrita? Você esquematiza todo o livro antes de desenvolvê-lo ou simplesmente vai escrevendo?

Augusto: Com o “Um Amor, Um Café e Nova York” eu não esquematizei nada… Fui tendo ideias e fui escrevendo tudo. Com a continuação (que estou quase acabando), eu já fiz os principais acontecimentos que eu queria, meio que em uma ordem. Mas já mudei algumas coisas e recheando o que acontece “entre” os meus plots principais. E comigo acontece muito aquela coisa de “a história se escreve”. Então, as vezes por mais que eu tenha tudo “planejado”, a história cria seu prórpio rumo e acabo modificando coisas (eu não tinha pretensão de escrever o terceiro livro, mas tanta coisa surgiu na minha cabeça enquanto fazia o segundo que agora já acho que será preciso o terceiro). E isso é bem gostoso – quando a história que você escreve te surpreende.

Leio na Rede, Gaby Monteiro

Leio na Rede: Seus personagens são baseados em pessoas conhecidas ou você os criou totalmente?

Augusto: Eu acho impossível “inventar” alguém completamente aleatório. Não parece real pra mim, não consigo me conectar muito bem e acaba ficando chato ou raso demais. Então, meus personagens sempre parecem físicamente com alguém que eu conheço, e tem características de amigos meus, parentes e coisas assim. Apesar de eu não ter um personagem completamente inspirado em alguém ‘real’, do meu ciclo de relacionamentos.

Leio na Rede: Como você se sente com o feedback que os leitores do livro estão te dando?

Augusto: É a melhor coisa. É você ter seu trabalho reconhecido, aceito, inspirando outras pessoas. Dá mais gás aos meus sonhos e planos e faz com que eu escreva com mais objetivos e felicidade. Fico muito feliz sempre que alguém me diz que comprou o livro, gostou, adorou e recomendou para a amiga. É realmente muito gratificante.

Leio na Rede: O que podemos esperar de Um Amor, Um Café e Nova York 2?

Augusto: No “Um Amor, Um Café e Nova York 2”, eu estou aprofundando bastante na (spoiler) carreira da Camila, seus sentimentos e o mesmo em relação à Marina e o Pedro. Estou desenvolvendo a história deles bem mais também, a relação dos três e a vida maluca que é (spoiler) a vida de artista da Camila em Nova York. Tem reviravoltas no romance dela com o Guilherme, personagens novos e susrpresas por aí.

Leio na Rede: Quem você admira no mundo literário?

Augusto: Minha resposta é, em primeiro lugar, Paula Pimenta. Acompanho a Paula há mais ou menos 4 anos, e ver o quanto ela cresceu e conquistou é lindo e inspirador. Mas conheci outros autores maravilhosos ano passado, e passei a admirá-los mais e mais. Autores como Tammy Luciano, Bruna Vieira, Clara Mello e Babi Dewet são outros autores que admiro: carreira, carisma, determinação e escrita. Na verdade, eu admiro muito os autores nacionais, por sonharem tanto e por correrem atrás dos sonhos nesse mundo louco dos livros, especialmente no Brasil onde não somos lá tão valorizados.

Leio na Rede: Qual seu livro favorito?

Augusto: Pergunta difícil! Eu amo A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel, do John Green. Foram livros que realmente me marcaram, assim como os “Fazendo meu Filme” da Paula Pimenta. Eu também sou completamente apaixonado por “Como eu era antes de você”, da Jojo Moyes, e também adoro distopias tipo Jogos Vorazes, Divergente, A Seleção… eu não sei qual é meu livro numero 1, gosto de muita coisa mesmo…

Leio na Rede: Deixe um recado para os jovens escritores e leitores.


Augusto: O principal recado que eu deixo é: leiam muito e escrevam muito! Acima de tudo, acreditem nos seus sonhos, no seu trabalho e no seu potencial. Não se intimide com “nãos”, não desista! E boa sorte!

Mais uma vez obrigada Augusto por topar fazer esta entrevista, estamos ansiosos para Um Amor, Um Café e Nova York 2! Se você ainda não leu o primeiro volume, o que você está esperando?

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