19 de junho de 2015

Entrevista Adelina Barbosa e Fernanda Medeiros - Parte 2

Confira a segunda parte da entrevista com Adelina Barbosa e Fernanda Medeiros, autoras de Triângulo de 4 Lados.


Leio na Rede, Gaby Monteiro
Fernanda, Adelina e Augusto em uma matéria para o jornal da PUC Minas
7 - O que podemos esperar dos próximos volumes da trilogia de Triângulo de 4 Lados?

Fernanda: Você gosta de ação? Você gosta de romance? Quer um pouco de comédia? Seus problemas acabaram! Hahaha Brincadeira. Mas tem sim. Queremos expandir o universo e tratar com mais profundidade todos os nossos narradores. Sara, Brent, Matheus e Rodrigo ainda vão passar por muitos problemas e muitos desencontros até chegarem ao fim da saga. E não falo de problemas de amor, somente. Cada um deles tem que aprender a viver com suas falhas e, nesse ponto, trabalharemos um crescimento pessoal de cada um.
Acho que, no fim das contas, os próximos volumes da trilogia tocarão em questões pelas quais nós todos passamos enquanto jovens. Nós estamos errando e aprendendo todos os dias, e assim amadurecemos, a cada nova experiência. Essa é a nossa proposta.
E sim, o primeiro livro foi predominantemente narrado pela Sara. O segundo livro será predominantemente narrado por mais dois personagens, e o último livro da saga será narrado em sua maior parte por outro personagem. Então nossos leitores podem esperar grandes conflitos, algumas risadas, alguns suspiros.
E, do fundo do coração, espero que possa arrancar alguns sorrisos. Essa é a missão.

8 - Os personagens secundários, são baseados em amigos e conhecidos ou vocês os inventaram totalmente?

Fernanda: Todos os personagens tem um pouco de nós, um pouco de grandes personagens que já vimos em algum lugar, e de pessoas próximas a nós. É bem essa percepção que temos do mundo, cada nuance que faz as diferenças de personalidade de todos nós. Eu busco pesar essas características para tentar criar pessoas que poderiam ser reais. 
        Adelina: Muitos personagens secundários foram inventados e outros foram inspirados em pessoas que já conhecemos, pelo menos, uma parte da personalidade deles. Como nem todos os personagens são flor que se cheire, vamos deixar baixo quem foi inspirado em quem.

Leio na Rede, Gaby Monteiro
Adelina e Fernanda com leitoras
9 - Como se sentem com o feedback que os leitores do livro estão dando?

Fernanda: Sobre o feedback? Recebemos críticas, sugestões e elogios muito bem. -Meu namorado tem mais problemas em receber as críticas que eu, pra você ter ideia-. Todos são bem-vindos e, até agora, nossos leitores tem sido um alimento de esperança pra nós. A cada nova mensagem no Whatsapp, ou no Facebook (que eu confesso, não uso com frequência, me mate por isso), ou até mesmo por mensagem no instagram, a cada dia nós surtamos com as palavras e emojis (muitos emojis, muitos deles, chorando, sorrindo, com corações). São essas respostas que nos fazem acreditar, todos os dias, que cumprimos nosso dever.
Posso falar a verdade? Meus olhos enchem de lágrimas toda vez que alguém leu e diz que gostou e que vai guardar pra sempre, e já escolheu um lado do triângulo, e que já quer o segundo volume. Sempre penso assim: "EU ZEREI A VIDA, GALERA, ME ABRAÇA!"
Então paro e me corrijo, sabe por que? "Porque essa história ainda não acabou. É só ver o desenrolar dos acontecimentos. Por esse pensamento eu vejo o sangue fluir em minhas veias, acordando-me. Posso sentir até em meus ossos, é algo forte, que poderia fazer meu corpo explodir. O tempo que passou não voltará, mas um novo tempo sempre virá." Brent falou isso, e eu acredito nele. Nós apenas começamos.
        Ainda há muitas linhas para escrever.

10 - Adelina: Rodrigo, Matheus ou Brent?

Adelina: Eu admito que tenho um fraco por tatuagens. Tipo, um fraco muito grande e ainda mais quando tem o cabelo grande o Rodrigo e aquele jeito divertido. Então, eu quase escolheria o Rodrigo. Quase.
O Matheus tem as covinhas mais lindas do mundo e olhos verdes brilhantes, mas é sombrio demais para mim (ainda que ele tenha tatuagens). E, por isso, Rodrigo, você é muito sexy, mas o meu coração é do Brent. O jeito dele falar, dele andar, o seu sorriso… Sou apaixonada por ele. Alguns motivos por trás disso, mas não vou entrar em detalhes. Rs.

11 - Fernanda: Rodrigo, Matheus ou Brent?

Fernanda: Eu... Ahm... Pula? Próxima pergunta? Meu óculos, coisinha. Hahaha Mas vamos lá. Primeiro o Rodrigo. Ele tem algumas das características que eu mais abomino no ser humano. Nossa, ficou dramático, mas é mais ou menos isso. Egoísmo e impulsividade. Claro, de vez em quando agir no impulso pode ser a melhor atitude, mas... Eu tenho essa mania de ficar calculando causas e consequências do que vou fazer antes de fazer. Por isso acabo não aproveitando algumas boas oportunidades... Mas também não meto os pés pelas mãos tão facilmente.
E o Rodrigo é essa pessoa. Mete os pés pelas mãos, não escuta ninguém, mas... Aproveita boas oportunidades. Ele me causa conflitos. Há momentos em que gosto dele, mas há momentos em que eu penso em matá-lo. Hahaha
Já o Matheus, como a Adelina falou, é mais sombrio, e tem seu próprio mundo. Ele sofreu perdas irreparáveis, ficou sozinho ainda muito jovem. Passou por coisas que nem todo mundo seria capaz de suportar, mas tem um sonho tímido de vencer na vida, mesmo com um passado tão obscuro. Tudo o que ele quer é uma chance para um novo dia. Ele quer alimentar uma esperança, e isso me faz gostar dele.
E eu acredito que seria #TeamMatheus se não existisse meu alterego na história. Brent é sisudo, detesta falar sobre sentimentos e, por vezes, os omite. Ele é chato, metódico, correto, franco e ácido. As vezes chega a ser rude, mas é sincero. Ele detesta jogos, falsidade e por mais que aparente ser cético, Brent tem uma fé única. Ele é um pouco inseguro, por trás daquela casca. Tem seus defeitos, porque todo mundo tem, mas é o mais próximo de mim. Ele me representa.

Fernanda, Marina Carvalho e Adelina

12 - Quem vocês admiram no mundo literário?

Adelina: Amo o Carlos Ruiz Záfon. Tudo o que ele faz é simplesmente fantástico! Um dia, eu ainda vou chegar perto o suficiente para respirar o mesmo ar que ele e acho que isso vai fazer com que eu seja 1% tão genial como ele. O que é muito! Eu amo o jeito que ele escreve, como ele conduz a história e o mistério que ele cria. Acho fantástico.
Seguindo uma linha parecida, tem o Joe Hill. Aos poucos, eu estou me tornando uma grande admiradora e já acho que ele é mais do que uma promessa para o mundo do terror e espero que ele continue crescendo como escritor. Admiro muito o trabalho dele.
E, claro, como uma romântica, eu não podia deixar de lado a Jojo Moyes. Li todos os seus livros e me encanto cada vez mais. Eu sinto o que ela escreve como se fosse o personagem e sofro junto com todos. Quero, um dia, fazer uma história que cause nas pessoas o que os livros dela causam em mim.
E não posso deixar de falar da Tammy Luciano e Marina Carvalho. Autoras lindas, guerreiras e que apoiam novos autores. E, claro, que escrevem histórias lindas e que conquistam o meu coração.
Fernanda: Eu gosto muito de literatura fantástica. Acontece que onde o inimaginável é possível, esse é o lugar aonde eu pertenço. Com Tolkien eu viajo até a terra de magos, hobbits e meus amados elfos. Com Suzanne Collins eu conheço um futuro tão palpável, tão tangível e tão imaginável quanto o próprio agora, com uma crítica social elegante e sutil, para as instituições que reinam na nossa sociedade. Com J.K. Rowling eu fui apresentada à literatura fantástica, com um mundo onde eu poderia me imaginar voando, lutando contra dragões e contra as forças do mal, onde eu poderia enfrentar meus piores medos e fraquezas invocando a luz.
Com Isaac Asimov eu fui apresentada a uma humanidade servida por seres robóticos, um outro futuro arquitetado com tal maestria que me arrebatou e me fez apaixonar por ficção científica. E, por último, porque é o mais importante, Neil Gaiman. Quando eu penso em paixão pela escrita, me vem sempre esse nome. A delicadeza, a profundidade, a clareza e a simplicidade que caminham juntas em todos os parágrafos escritos por esse autor. Tudo o que ele cria é a mais pura arte em sentimento.
Eles trabalham com coisas imaginárias, mas porque são imaginárias, não significa que não sejam reais.

13 - Para vocês, o que não pode faltar em um livro?

Adelina: Acho que os personagens tem que ser bem construídos e não inconstantes. A história tem que ser bem fechada, sem capítulos desnecessários ou furos… Acho que é isso o que eu mais olho quando estou lendo um livro.
Fernanda: Quando leio um livro, busco sentir a emoção do personagem, a essência que o autor impôs ao escrever, a alma. Procuro aquela paixão, a verdade falada entrelinhas. Por mais simplório que seja o enredo, por mais simples que sejam as personagens, o que eu procuro são histórias feitas com o íntimo, não apenas com as mãos. A verdade é que o âmago do escritor está sempre exposto em cada linha escrita por ele, e eu procuro ver a beleza de constatar o amor impregnado em cada palavra.
Qualquer forma de arte, quando feita com amor, emociona. Seja um romance adolescente, seja um livro de ficção científica com teorias intrincadas. Seja a letra de uma música, um poema desajeitado, um desenho feito à lápis ou uma pintura exposta em um grande museu. Seja com uma interpretação de teatro ou cinema, ou feita de frente para o espelho. Seja na vibração da voz ao cantar, ou ao tocar um instrumento musical como se ele pudesse falar mais do que todas as palavras do vocabulário diriam.
O que eu espero ver em um livro é a vida própria que ele adquire quando é lido.
Uma extensão da vida do escritor, eternizada nas letras.

14 - Deixem um recado para os jovens escritores e leitores.

Adelina: Escritores, não parem de escrever! Não desistam. É difícil e vocês vão ouvir muito “não”, mas eu e a Fê nos inspiramos em muitas pessoas que tinham um sonho e correram atrás, mesmo com todas as dificuldades e quando tudo parecia ser impossível. Conversei muito com a Tammy Luciano sobre isso e ela sempre me deu muito apoio e me dava forças para não desistir. E, não posso deixar de falar sobre o David Luiz. Sempre que eu falava com a Fê que a gente nunca ia conseguir, ela repetia a história de vida do David e eu respirava fundo e pensava “não vou desistir”. Foi bom, né? Gostei de não ter desistido.
E, leitores, façam o que vocês amam. Se permitam viajar nas histórias. Aprender novas palavras, ter novos amores, criar mundos, desenvolver a imaginação, sentir emoções fortes, chorar e ficar com raiva, mas também, ficar feliz quando acontece aquilo que você queria.
Ler é a melhor coisa do mundo (depois de escrever rs). 
Fernanda: A literatura me salvou em um momento delicado da minha vida. Ler e escrever foram meu refúgio. E a literatura é feita disso. Escritores e leitores. Sem os dois, não haveria nada. Somos uma multidão, uma legião de contadores de histórias e ouvintes, leitores, torcedores e espectadores. Esse é o mundo ao qual pertenço, e sei que nunca estarei sozinha aqui.
Por isso, jovem leitor, quero deixar minha gratidão. Obrigada por compartilhar histórias, lê-las, entrar nesse mundo de inúmeras possibilidades. Obrigada por se permitir entrar em aventuras mortais, ou em salões refinados de baile de príncipes e princesas. Obrigada por manter esse mundo vivo.
Ao jovem escritor, digo que sabemos o quanto é difícil entrar nesse mundo, entendemos isso. Você tem que ser forte para sair das adversidades, e nunca pode deixar que alguém te derrube. O mundo costuma ser hostil aos novos talentos, não é verdade? Foi em Ratatouille que eu ouvi isso. Não se sinta diminuído por ninguém. Saiba que nem todos podem se tornar grandes escritores, mas um grande escritor pode vir de qualquer lugar.

Por isso #InsistaNuncaDesista!


Leio na Rede, Gaby Monteiro

Espero que tenham gostado de conhecer mais sobre essas autoras fofas e talentosas, eu amei! Muito obrigada Adelina e Fernanda por toparem fazer essa entrevista! E se você ainda não leu Triângulo de 4 Lados, o que está esperando?

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